Capitulo 8
Sorri ao fechar meu notebook com o trabalho pronto. Havia passado cerca de três horas pesquisando e digitando sobre a primeira Guerra Mundial e nunca me senti tão feliz. Feliz porque há um pouco mais de três horas atrás Diego estava me beijando. Depois eu o beijando...
Levantei da cama, cheia de energia, como se houvesse acordado agora e tomado 4 Redbulls de uma vez. Atravessei o quarto e encarei meu espelho: olhos grandes e luminosos, pele rosada e um sorriso bem bobo nos lábios.
Legal.
Quando Diego me beijo, de surpresa, um choque havia percorrido por cada terminação nervosa do meu corpo. Permaneci imóvel, sem reação e Diego separou os lábios dos meus. Foi um beijo suave, somente os lábios dele tocando os meus (graças a Deus eu havia mascado um chiclé de menta antes do acontecimento).
- Desculpe Liz, eu a assustei - ele disse e se afastou, mas sem me soltar completamente (até porque minhas pernas haviam se tornado geléia)
Olhei para ele, sentindo que eu logo teria um ataque cardíaco e imaginando as machetes de amanhã: EXTRA, EXTRA, EXTRA! Menina morre com um AVC depois de ter o seu primeiro beijo com a reencarnação de um Deus grego!
- Uhumm - murmurei e praticamente ataquei o guri, passando os braços pelo pescoço dele e o beijando com força.
Ri para a minha imagem. Valeu a pena mesmo, porque depois da minha iniciativa ficamos um tempão lá. hehe.
Tirei a calça de flanela e meu blusão mais velho e troquei por um vestido azul marinho soltinho. Penteei meus cabelos até ele ficaram brilhosos e passei uma fina camada de rímel nos cílios. Vai que ele aparece né?
Puxei a cortina da janela do meu quarto, que dava de frente com a rua. Já era o finzinho de tarde, o céu estava nas tonalidades de amarelo, laranja e inicio do azul. Vi Ian andando em direção a minha rua. Ele estava de jeans, jaqueta de couro e botas, falando alguma coisa no telefone, provavelmente pra mãe dele. Quando o vi parado não contive meu impulso e desci a toda velocidade as escadas, louca para sair lá fora, chamá-lo e contar o que aconteceu.
Abri a porta de casa e quando chego a varanda, minhas pernas travam.
Já teve aquela sensação de que o tempo congela, tudo fica em câmera lenta e a sensação de que você está em um sonho, ou melhor, pesadelo?
Ian não pode me ver porque tem muitas arvores e arbustos na frente de casa, mas eu podia vê-lo.
Ian estava sorrindo para Marina
Ela sorriu para ele.
Eles se beijaram.
E eu sai correndo para dentro de casa, com uma vontade irracional de chorar.
Eu devia estar feliz, não?
Eu amo muito Ian, ele é meu melhor amigo e quase um irmão.
Ele quer me ver feliz.
Eu quero o mesmo para ele, até porque o Diego é praticamente...meu namorado! Eu quero que ele seja feliz também, com alguém, e a Marina é uma pessoa maravilhosa...
Entrei no meu quarto, e com cuidado abri a cortina e espiei. Nem sinal deles. Só percebi que estava chorando quando meu nariz começou a ficar ranhento. E percebi que aquilo havia me abalado enquanto assistia um filme de romance torcendo para a mocinha morrer e com uma duzia de chocolates e pareciam que todos estavam estragados .