terça-feira, 24 de abril de 2012

Capítulo 6




                                              





- Ei vocês!
   Diego levantou a cabeça com um movimento brusco e olhou para algo atrás de mim. Ele não me soltou de imediato, mas senti toda aquela magia se quebrar.
   Olho também para a mesma direção que ele e soltei alguns impropérios baixinhos ao ver Daniele, Ian e mais alguns amigos vindo em nossa direção.
- Espero que não tenhamos atrapalhado nada - anunciou Eduardo dando uma risadinha e passando um braço nos ombros de Daniele.
"Eles estão juntos???", pensei, descrente.
- É claro que não - respondi rapidamente, já que Diego estava em um silêncio mortal.- O que vocês estão fazendo aqui?
- Liguei no seu celular dezenas de vezes e sua irmã disse que você estaria por aqui - disse Marina, ao lado de Ian. Ele não olhava para mim.
Ah, como eu amo a minha irmazinha querida.
- Vocês vão aonde agora? Querem sair com a gente? - Daniele perguntou, os olhos me atirando perguntas.
- Tenho que ir para casa na verdade - anunciou Diego, para meu espanto e decepção - tenho algumas coisas a resolver esta noite.Você pode ficar com eles se quiser Liz e aproveitar, a não ser que queira que eu a leve para casa.
- Eu a levo.
Não tive tempo de abrir a boca, pois Ian respondeu por mim. Fiquei sem reação.
- Tudo bem - ele disse e sorriu  para mim - espero que possamos sair novamente um dia desses - mais baixinho ele sussurou ao me beijar no rosto - e de preferencia sem interrupções desta vez.
   Corei e torci para que ninguem visse. Diego saiu com um "thau" alegre em direção ao carro.
   Ian aceitou ir lá em casa e assistir algum filme na TV. Era terror pesado, do tipo que você fica verificando a toda hora o corredor para ver se não tem nenhuma alma penada à espreita. Estavamos confortavelmente instalados no sofá, a tela plana à nossa frente, um balde de pipoca doce entre nós.
   Ele não me perguntou como foi minha noite com Diego.
   Na verdade falamos sobre tudo menos sobre aquilo. Portanto não me senti no direito de perguntar sobre Marina e ele.
- Todo mundo disse que o filme REC não dá medo - sussurei.
Ian riu e esticou as pernas.
- É um filme bom, mas um tanto infantil. Viu o sangue que espirrou a seis metros de distância da cabeça da loira? É ridiculo!
- Diego disse algo parecido com isso - murmurei ao relembrar a nossa conversa sobre filmes favoritos no restaurante.
- Aff
   Olhei para ele. Tinhamos desligados as luzes para criar um maior suspense e a luz vinda da tela fazia com que ficasse azulado o cabelo negro, o rosto em formas e contornos duros. Reparei que formavam covinhas quando ele sorria.   Nunca percebi. As sombrancelhas eram retas e densas, o queixo forte e quadrado, olhos gentis mas com poder de amedrontar qualquer um sem dizer uma palavra.
   Os ombros eram largos e comprometiam o meu espaço no sofá. Nossos ombros estavam colados, mas de uma forma muito confortável. Mais uma vez constatei que Ian emanava força e proteção...e ele olhava para mim.
   Dei uma risadinha para disfarçar.
   QUE DIABOS ESTÁ ACONTECENDO???
   Primeiro saio com o cara mais lindo do meu Mundo, quase tive meu primeiro beijo apaixonado e agora eu estava observando Ian não com os olhos de uma melhor amiga, e sim com certo interesse.
- Você está muito vermelha Liz - ele sussurou passando um dedo frio na minha bochecha.
- Impressão sua - voltei meu olhar para a tv. Perdi dois assassinatos.
- Como foi que ele morreram??
- Eles estavam abraçados, dizendo o que sentiam um pelo outro depois de anos, e o Jason cerrou os dois ao meio.
   Naquele momento eu não sabia se ficava horrorizada ou ria. Escolhi a segunda opção.
- É o que acontece quando se quer declarar depois de tanto tempo - brinquei.
- Eles não queriam perder o que construiram por anos. A amizade é complexa e necessita de dedicação.
   Olhei para ele, intrigada.
- Continue - incitei, deixando de lado o filme.
- Eles não percebiam ou não queriam perceber o que sentiam um pelo outro. São sentimentos novos e confusos. Por um lado você vê que pode ama-lo, por outro, pode ocorrer uma grande rejeição e acaba amizade.
- E você acha que eles fizeram o certo? Deixando de lado a amizade?
Ian me olhou longamente.
- Muitas vezes vale a pena. É muito melhor do que viver uma mentira ou se questinar de como as coisas poderiam ter sido.
Nos encaramos.
   O filme havia acabado sem sabermos do final, o silêncio tomando conta da sala. A unica coisa que eu ouvia era a nossa respiração pesada, o relógio na parede e... meu coração a mil.
Ian inclinou-se na minha direção, e por algum motivo, provavelmente confiança nele, não me afastei.
- Liz...- sussurou, os lábios a uma minima distância
MOVA-SE, GRITE, EMPURRE, FAÇA ALGUMA COISA!
   Porém meu corpo não se moveu um milimetro
- Acho que está na hora de as crianças estarem na cama - Gabriele falou na soleira da porta, com uma mascara de pepino verde na cara.
Ian me afastou e se colocou em pé
- Eu te levo até a porta - falei sem jeito, tentando compreender o que havia acontecido.
   Quando chegamos lá nos olhamos e para aliviar fui a primeira a falar.
- Para você ver, fizemos uma análise sentimental em cima de um filme de terror.
- Pois é - ele disse olhando a rua - acho melhor eu ir. Thau Liz.
   Acenei para ele enquanto fechava a porta, com uma vontade inesplicável de chorar.

Isso não existe

Mac sentia o coração cada vez mais apertado.

- Pensei que você ia embora. Achei que nos abandonaria. Não me permiti acreditar que você se importasse a ponto de ficar.

- Então você é um idiota - ela resmungou.

- Eu fui desajeitado. - Ele reparou nas luzes minúsculas da árvore de Natal dela brilhando em seus cabelos e desistiu de qualquer possibilidade de se defender.

- Está certo, fui um idiota. E do pior tipo, porque me escondi do que você sentia por mim, e do que eu sentia por você. Não me apaixonei de imediato por você. Ou pelo menos não soube que havia me apaixonado. Não até a noite do concerto. Eu queria contar para você, mas não sabia como fazê-lo. Então ouvi alguém comentar sobre a proposta de Nova  York e essa foi a desculpa perfeita para expulsá-la da minha vida. Pensei que estava protegendo as crianças, evitando que fossem magoadas.- Não. ele não usaria os filhos, pensou Mac indignado consigo mesmo. Nem mesmo para tê-la de volta. - Isso é apenas parte da explicação. Na verdade, eu estva protegendo a mim mesmo. Não conseguia controlar o que sentia por você e isso me assustava.

- Nada mudou desde então Mac.

- Mas poderia mudar. - Ele aproveitou a chance e segurou-a pelos ombros, virando-a para encará-lo. - Precisei que meus próprios filhos me mostrassem que, algumas vezes, tudo o que precisamos fazer é desejar. Não me deixe Nell. Não nos deixe.

- Eu não estava indo a lugar algum.

- Me perdoe. - Ela começou a virar a cabeça, mas ele segurou o queixo dela delicadamente. - Por favor. Talvez eu não consiga concertar isso, mas me dê a chance de tentar. Preciso de você em minha vida. Precisamos de você.

   Havia uma paciência tão grande na voz dele e uma força serena na mão pousada em seu rosto. Só de olhar para Mac seu coração já começava a se curar.

- Eu amo vocês, todos vocês. Não posso evitar.

   O beijo dele tinha sabor de alivio e de gratidão.

- Amo você Nell. E eu não quero fugir desse amor.- Mac a puxou para mais perto e apoiou-lhe a cabeça em seus ombros. - Fomos apenas nós três por tanto tempo que não soube como abrir espaço. Acho que estou descobrindo como fazer isso. - Ele afastou-a e enfiou a mão no bolso do casaco. - Comprei um presente para você.

- Mac- Ainda abalada pela montanha russa de emoções, ela passou a mão pelo rosto úmido- Ainda não é Natal.

- Está bem perto. Acho que se você abrir isto agora talvez eu sinta afrouxar esse nó que está apertando meu peito.

- Está certo. - Ela enxugou mais uma lágrima. - Vamos considerar isto uma oferta de paz, então. Eu posso até decidir...- Ela não conseguiu mais falar ao abrir a caixa. Lá dentro  havia um anel de noivado,  o tradicional diamante coroando a aliança de ouro.

- Case-se comigo Nell - disse ele, tranquilamente. - Seja a mãe dos meus filhos.

OOOOOOOOOHHHHHH, que bonitinho.

Se fosse eu no lugar da Nell e tivesse um homem maravilhoso como o Mac me pedindo em casamento...eu diria sim e o arrastaria porta fora em direção ao padre ou cartório mais próximo.

Vai que ele mude de idéia né? ahsuahsuhaushas

AGB

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Capitulo 5



    Eram exatamente 19:30 quando Diego chegou lá em casa. Minha mãe estava alvorassada com a noticia de que sua meninha tinha um encontro (mesmo eu explicando que seria apenas um ensaio).
- Você não está vestida extamente pra um trabalho escolar - ela comentou com um risinho, enquanto abria a porta para Diego.
    Olhei para o espelho no corredor. Meus cabelos caiam em suaves ondas pelos ombros, estav de vestido vermelho com pequenos botões de rosa e um all-star preto. A maquiagem era discreta e eu só havia passado um pouquinho de perfume (da minha irmã, Gabriele, é claro).
    Quem diria - ela comentou, descendo as escadas, o cheiro de esmalte flutuando sobre ela - mamãe tem DUAS filhas. E eu pensando que tinha um irmão caçula.
- Muito engraçado - rosnei, sentindo o coração palpitando quando ouvi minha mãe cumprimentando Diego e o convidando a entrar. - Seja séria pelo menos uma vez na vida: como eu estou?
    Dei uma voltinha para mostrar toda a produção
- Parece uma beterraba no fogão de tão vermelha.
    Abri a boca para ofende-la, porém não emiti nenhum som (e a boca continuava aberta). Diego estava ao lado da minha mãe, que o levou até onde estavamos. De jaqueta de couro preta, camisa azul e calças jeans surradas, pensei ter visto uma visão do paraiso.
- Vão jantar aonde mesmo Di? - minha mãe perguntou, sorrindo.
MEU DEUS. Ela o conheceu agora e já o abreviou o nome dele.
- Pensei em leva-la a um restaurante Italino, próximo a praia.
- O nome não é Spoletto? Dizem que servem uma excelente macarronada - murmurou e depois me olhou - e é um lugar muito romântico.
   Olhei minha mãe de cara feia e minha irmã deu uma risadinha.
- A proposito, minha querida irmã não nos apresentou - Gabriele disse, se aproximando como um felino. Quase não consegui conter o impulso de saltar sobre ela.
- Prazer em conhece-la - ele disse a beijando no rosto e sorrindo com gentileza.
- Acredite, o prazer é todo meu.
Eu não mereço essa familia.
- Bem, acho melhor vocês irem, antes que percam a reserva - Minha mãe falou, nos empurrando em direção a porta de entrada - e não se preocupe com o horário meu docinho. Divirtam-se!
   A porta se fechou com um estrondo atrás de nós. Eu tinha certeza que elas estavam espiando pela janela.
- Sua mãe é bem legal -ele disse enquanto abria a porta do sedan preto para mim.
- Ela tenta ser - murmurei, ainda mortificada.
Diego entrou no carro, ligou o mp3 e acelerou fundo.
- Gosta de comida italiana?
- Claro que sim - respondi- me recostando no banco e sentindo um aroma de perfume tipicamente masculino. Suspirei.
- Quando vamos ensaiar? - perguntei, olhando para as mãos bronzeada e firmes no volante. Ele riu.- O que você achou de tão engraçado?
Ele olhou para mim quando paramos no semáfaro.
- Não vamos ensaiar, a não ser que você queira muito.
- Não entendi...- balbuciei, confusa e ao mesmo tempo consciente da nossa proximidade.
- Desde a primeira vez em que a vi no estacionamento tive vontade de convidá-la para sair. Ian falou muito de você quando passamos aquela semana na praia. Vi algumas fotos suas e quando conversamos pela primeira vez vi que tudo o que Ian havia dito era verdade.
- O que ele disse?
Diego acelerou quando o sinal ficou verde, mas ainda prestando a atenção em mim.
- Que você é linda demais, inteligente, sarcástica e nunca diz o que esperamos. E minha unica intenção esta noite é estar com você.
   Senti a intensidade da declaração. Ele estava me dando alternativas, uma vez que ele falou da sua real intenção.
   Fiquei em silêncio, tentando assimilar tudo o que ele havia dito. Ele está a fim de mim?!
   Faz apenas dois dias e algumas horas que nos conhecemos, mas será que ele sente a mesma coisa que eu?Como se nos conhecessemos há muito tempo?
- Eu também quero passar um tempo com você - confessei baixinho, sentindo minhas bochechas queimarem.
Nos olhamos em silencio e ele sorriu.


    De estômago cheio e rindo sem parar, concordei de ir com Diego até a praia, dar uma caminhada.
Informações gerais
- Tem 19 anos e é emancipado
- Pretende fazer faculdade de engenharia mecânica
- Tem uma irmã de 5 anos e outra de quinze.
- Tem dois cachorros vira-latas e uma gata
- Se mudou para o nosso colégio porque seus pais venderam a casa na praia e se mudaram para os Estados     Unidos pelo trabalho.
- Seu ultimo namoro durou um ano e meio, e ele diz que a garota era maluca

- Ela cortou com a tesoura todas as minhas camisetas de futebol porque não quis ir com ela ao shopping.
Comecei a rir, sentindo a brisa forte vinda do mar, a areia sobre os pés descalços e uma alegria desvairada.
- Eu fiz isso com as roupas da minha irmã, quando ela beijou o garoto por quem fui apaixonada a minha vida toda na frente de casa.
- Então já teve alguem - brincou, passando a mão pelos cabelos sedosos e brilhantes ao luar.
- Claro que sim. Eu tinha oito anos e estava apaixonada - ri, recordando - e Ian deu uma surra nele quando soube de tudo.
    Lembrei de Ian acertando em cheio a cara de Felipe, o corpo infantil começando a ter as primeiras formas masculinas.
- E você nunca namorou ninguem depois dessa...tragédia?
- Não, nunca. Sou uma loba solitária - brinquei escondendo a tristeza.
No momento seguinte senti os dedos dele se entrelaçaram aos meus, com perfeição.
- Sorte minha você ser cega. Se visse ao menos um pouco veria quantos gaviões estão a sua volta e quantos outros adorariam me matar para estar com você.
    Haviamos parado no meio da praia. Duas pessoas desconhecidas e conhecidas ao mesmo tempo por um laço invisivel. Era fácil imaginar que éramos os unicos na praia ou no Mundo. Fácil quando os olhos azuis estavam escuros, o sorriso ainda mais branco, braços protetores ao seu redor.
    Porque era exatamente como estávamos.
    Quase abraçados.
    Uma mão dele segurava firmemente minha cintura e a outra passava pelo meu rosto, afastando mechas que haviam caido nos olhos.
TUM-TUM-TUM
   Acho que vou ter um ataque cardiaco agora. Dei um risinho que desapareceu quando fui puxada com força contra ele, minha mãos pousando em sei peito. Vi os lábios dele se aproximado, cada vez mais, tocando levemente minha bochecha e testa. Ele me afastou levemente, me olhou por uns instante, como se estivesse tomando uma decisão importante, até que seu lábios começaram a baixar em direção aos meus e eu ficava nas pontas dos pés...



CONTINUA HAHAHHAAHAH

não tirem conclusões precipitadas, fica a dica :0

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Frieza? kkkkk



    É minha amiga, o bofe finalmente lhe chamou para sair e hoje é o grande dia.
    Acho incrível a nossa frieza na hora de aceitar ou não o convite. Se é pelo telefone, dizemos "não sei...acho que sim. Posso confirmar mais tarde?" (definitivamente éramos amigas da serpente no Paraíso). Se é ao vivo e a cores, jogamos o cabelo para trás e desviamos o olhar, recatadas, e murmuramos um "é, pode ser...", mas nós sabemos muito bem que na verdade queríamos dizer "sim! sim! Quando? Onde? Só nós dois?", mas acho que se não fizessemos todo esse suspense e CHALME, os segredos femininos (porque somos a caixa de Pandora) seriam revelados. Nossa missão é confundir as mentes deles AHSUAHSUASUAHSU.
    Aceito o convite, o tempo parece congelar e o bendito dia não chega logo! Estudamos com mais vontade, rimos igual a desvairadas (porque tudo tem graça, o mundo é lindo), falamos sem parar, escrevemos no caderno "Fulano s2 Ciclana", e não tente mentir para mim ou si mesma: aposto que foi escrito dentro de um coração AFF. E finalmente, quem de nós nunca fez caras e bocas na frente do espelho ou teve conversas imaginárias com o lazarento? E quem nunca planejou cuidadosamente o plano de chegar no tão esperado assunto: 'Cara, você gosta de mim ou não p****?". E infelizmente, quem de nós planejou tudo isso: as caras e bocas, falas, pretextos e na hora MELOU tudo, porque ficamos inseguras, Envergonhadas e nunca aparece a oportunidade?
    Enfim, tirando isso, deixo um recado para vocês meninos. Não importa o quanto a garota esteja parecendo um cabo de vassoura gasta ou o peru de Natal de tão enfeitada. Deixe que ela perceba que você a notou e se não doer muito, faça comentários e elogios,  que já é  meio caminho andado, porque vou mostrar-lhes os bastidores da saída de qualquer um.
The  making of
    O que mais nos aflinge, e com toda a certeza  nos tira do sério, é o VISUAL. Abrimos o guarda-roupa e tiramos peça por peça e nenhuma serve naquele momento! Porque não queremos nos agradar. Escolhemos pensando no que vocês achariam. Aí nossas mães entram no jogo, pegam uma blusinha ROSINHA, FLORIDINHA e FOFINHA e diz que é perfeita para a ocasião.
'' Pô, mãe...
Ai começa o desfile:
'' Simples demais"
" Chique demais"
" Muito curta, não sou dançarina de funk"
" Muito comprida, não tenho vocação para freira"
    E assim vai, até que finalmente escolhemos o visual ideal: calças jeans, camiseta e o surrado All Star.
    Isso estou falando de um dia antes do encontro. Na hora de dormir, depois de repassar mentalmente tudo o que você pretende fazer (não pensem em bobagens), pedimos para a nossa-senhora-das-olheiras-roxas que nos proteja.
    Quando acordamos e vamos para a escola ou algum lugar especifico, é incrível como tem sempre uma amiga mala-sem-alça que diz '''hmmm, tá toda animada, por que será?".
   No fim, não posso dizer como será o encontro, até porque não tive mais do que um ou dois nos meus breves 17 anos, mas não existe dicas e nem premonições de como será. Mas de uma coisa tenho certeza: que todas essas expectativas e sintomas como mãos suadas ,nervosismo, insônia, falta de apetite ou muito apetite ahsuasasuhaush é que tornam nossos encontros memoráveis na nossa adolescência. Sem esse ingredientes você concorda de que seria tudo nada de mais?
   E lembre-se: Eu disse encontros memoráveis, e não bons.
   Sucesso para todos que enfrentam ou vão enfrentar essas situações.





obs: tudo são meras observações e experiências fracassadas. Se você acha que as coisas não funcionam assim, problema é seu.
Capítulo 4

  
   Na manhã seguinte, acordei mais cedo do que os galos.
   O relógio despertou às seis da matina, mas só acordei mesmo depois das seis e meia, afinal, sempre tem aqueles "só mais cinco minutinhos".
   Depois de tirar meu pijama de algodão furado, tomar um banho bem demorado para tirar a sensação de ressaca e me secar, fiquei alguns minutos tentando achar a roupa perfeita.
   Até os meus 15 anos, eu era a tipica menina triste rejeitada pela sociedade (se bem que nem tão triste assim). Meu cabelo era muito cacheado, então todas as manhãs eu me sentia a rainha da selva. Usei óculos fundo de garrafa até finalmente ter coragem de usar lentes de contato, e para piorar a situação tinha aparelho nos dentes. E eu nunca havia dado bola para a aparência até esta idade. Mas nos últimos meses, quando os meus 17 anos chegaram, vi que eu tinha que fazer alguma coisa a respeito se não quisesse ficar igual a minha tia Marisa: gorda, com seis gatos e encalhada.
    Optei por meu velho jeans, uma camisa de seda e sapatilhas. Passei uma generosa quantidade de mousse no cabelo até ele ficar tão duro que nenhum fio seria capaz de se mover e fiz uma maquiagem bem leve, só para tirar a aparência de múmia.
- Ainda não está pronta?
   Virei-me em direção a voz e encontrei Ian recostado do batente da porta. O sorriso largo com covinhas estava lá, como de costume. Ian dormia cerca de cinco horas por dia, pois além de estudar durante o dia, trabalhava no shopping a noite, e só tinha tempo para os estudos de madrugada. Contudo ainda assim tinha a aparência de descançado, revigorado.
- Jaqueta nova ? - brinquei apontando para ele.
- Liquidação - brincou e entrou no quarto, sentando na cama. - Desde quando você fica cerca de meia hora se arrumando?
- Desde que decidi ser bonita - brinquei, tentando disfarçar a resignação de não ser uma ruiva fatal.
- Você não precisa dessas coisas - disse pegando um pincel de pó compacto da colcha - Você é linda como é - murmurou simplismente.
- Isso foi um ELOGIO Ian? - brinquei, levantando uma sobrancelha.
- Só uma declaração de realidade sua cabeçuda - riu - se demorar mais um segundo te deixo a pé.
   Olhei para o espelho.
- Estou pronta - dei uma voltinha e parei na frente dele com uma pose de modelo - como estou?
   Ian levantou a cabeça das folhas que estava lendo e me encarou. E ficou assim durante um momento. 
   O riso sarcástico desapareceu.
- Acho melhor irmos- falou, se espreguiçando ao levantar.
- E quanto a minha beleza devastadora? - brinquei fazendo um biquinho.
Ian riu e se aproximou perigosamente.
- Vou te mostrar a sua beleza quando você chegar na escola descabelada.
   Ian avançou em minha direção. Num misto de medo e diversão me esquivei no momento em que ele iria agarrar meu braço.
- Sejamos razoáveis - falei, enquanto corria das mãos ágeis - minha beleza o deixa desnorteado.
- A sua produção não foi pra mim.
   Não tive tempo de analisar a resposta agressiva, pois Ian me jogou em seu ombro e correu escada a baixo, fazendo com que meus gritos acordassem toda a casa.



- As sete você acha que estará pronta?
   Olhei para os olhinhos azuis de Diego, abobada.
- Claro, está marcado então - falei depressa. Nem que eu tivesse que virar o furação Catrina, mas eu ia ficar pronta até lá.
Novamente aula de história, e os grupos da peça estavam reunidos em seus bolinhos.
- Comprei a versão integral da peça, com todas as marcações de palco e descrição do ambiente. Acho que vai facilitar se não soubermos como fazer - ele comentou, acenando para Gabriela.
- Genial - sorri. Ele podia dizer que o Mundo tem a forma de trapézio e eu concordaria.
   Diego e eu, desde o dia anterior, havíamos conversado bastante. Depois da aula, conversamos pelo MSN, depois pelo Facebook, Twitter e por ai vai, até eu receber a costumeira ligação de boa noite de Ian.
- Você já estava dormindo? - ele havia perguntado assim que atendi o telefone.
- Não, não. Estou...sem sono - na verdade acesa, pensei, contendo o impulso de ver se havia mais mensagem do Diego.
- Hmmm, então tá - a voz estava áspera de cansaço, senti uma enorme vontade de abraçar Ian. - Só liguei pra desejar boa noite e avisar que amanhã vou passar na sua casa mais cedo pra comer o seu cereal, tá?
- Mas qual cena vocês decidiram fazer? - Daniele perguntou, erguendo o óculo e rabiscando na agenda - Afinal, sou a diretora dessa porra.
   Voltei ao presente no susto.
- Que tal a cena final da peça? A morte deles? - sugeriu Diego, olhando para mim.
"Eu deitada angelicalmente, ele fazendo juras de amor eterno e um beijo"
- Eu aceito, acho legal essa cena - concordei. "Obrigada Deus por ele não ser um vampirinho que brilha e lê mentes".
- Mas vocês sabem que vai rolar um beijo, né? - Daniele perguntou, desenhando uma boca na agenda´.
"E os anjos dizem amém novamente"
- Mas pode ser um beijo de mentirinha, esse que é na bochecha ou no canto da boca e a platéia acha que é de verdade - continuou, nos olhando.
    Filha da boa mãe, porque ela tem sempre idéias que facilitam tudo??? Às vezes uma dificuldadezinha é legal, ainda mais quando se fala em beijar aqueles lábios...
- Eu não tenho problema algum com um beijo na verdade- olhei para Diego rapidamente, meus olhos se arregalando - Você tem problemas com isso Liz? Prometo que não a morderei - brincou e Daniele e ele riram.
- Nenhum problema - "pode até ser com mordida", completei mentalmente.
- Certo, então só temos que ensaiar. Mas hoje a noite não vai dar, tenho curso de inglês - bufou Daniele.
- Liz e eu podemos ensaiar hoje, passar as falas e cenas - sugeriu Diego - então amanhã nos reunimos os três, mas desta vez com a sua direção. As falas já estarão na ponta da língua.
- Por mim tudo bem - ela murmurou, sorrindo e lançando uma piscadinha para mim.
- Tudo bem - murmurei, com um suspiro dramático- Já que não tem outra solução. Que tal almoçarmos agora?
   Andamos juntos até o refeitório e nos servimos de algo que diziam ser gelatina. O lugar já estava lotado de estudantes, que no momento que nos viram ficaram em silêncio momentaneamente, para depois voltarem ao normal.
- Você está dando o que falar Liz - sussurrou Daniele no meu ouvido - Você virou o foco dos assuntos da escola.
- Eu? - sussurrei também, mesmo sendo impossível alguem escutar com toda aquela barulheira.
- É, tem mais alguém que esteja com o cara mais bonitão do pedaço? Você não percebe que ele não para de olhar pra você?
   Senti minhas bochechas corarem ao sentar na mesa, junto com Ian e toda a turma.
- Até Ian não ficou muito satisfeito com os boatos - ela sussurrou.
   Olhei para o fim da mesa, onde Ian estava sentado com...Marina? Nossos olhares se encontraram, e pela primeira vez mandei um oi sem jeito.
- Amiga - olhei para Daniele - Não sei se notou, mas obviamente Diego não quer apenas ensaiar hoje a noite. É um encontro também.
   Olhei para o assunto de nossos sussurros e ele estava me olhando. Sorriu.
- Acho que não disse o quanto você está linda Lizzy.
Lizzy? Todos me chamam de Liz, porém vindo dele, podia até me chamar de Valquíria.
- Não disse, mas eu agradeço - falei, curvando a minha cabeça num cumprimento antigo -  Mas de onde veio Lizzy?
- Um dos meus clássicos favoritos é Orgulho e Preconceito. O nome da personagem principal é Elizabeth, mas todos a chamam de Lizzy. Acho vocês duas muito parecidas.
- Porque? - curiosa, apoiei meus cotovelos na mesa e me aproximei.
- Ambas são linda, inteligentes, engraçadas e raras.
   Caramba, alguém me segure que vou ter um infarto agora mesmo.
  "Ele me quer", pensei, rindo por dentro da expressão.
   Pelo canto do olho, vi Ian sair da mesa com uma expressão assassina.




Capitulo 5 em breve.

Por favor, deixem comentários. Só assim saberei se vcs estão gostando, se tem sugestões e poderei corrigir meus erros.
abraços.


agbenelli








quinta-feira, 19 de abril de 2012

Capítulo 3


    O novo professor de história, Luan, tinha a aparência de um diretor de cinema desempregado: uma careca brilhosa, sapatos marrons, suspensórios (por incrível que pareça) e uma maleta de couro. Todos fingiamos não ver a garrafinha de bebida no bolso do paletó ou sentir o forte odor de cigarro e cafeina. Mas ele parecia legal. Sua fala era arrastada e seus olhos gentis. Após dizer alguma coisa, olhava dramaticamente ao longe, como se estivesse tentando resolver teorias da existência humana.
   Como todos os primeiros dias de aula, a turma de quarenta alunos estava em silêncio mortal, todos prestando atenção nas palavras muitas vezes sem sentido do professor. Todos tentando começar o primeiro dia de aula com determinação, como se fossem estudiosos.
   Os professores que se cuidem daqui há três dias. Vão conhecer o verdadeiro diabedo.
- O trabalho consiste na representação de uma cena. Cada grupo pode escolher o livro que quiser, desde que seja de Shakespeare. A importância desta atividade não é o romance em si, mas sim demonstrar como era o comportamento da sociedade na época.
Minha mente já começou a formular imagens da encenação.
- E lembrando que a apresentação vale dez e terá a maior importância neste bimestre - o professor disse, depois deu uma longa suspirada -  cabe a vocês montarem os grupos.
 A voz dele sumiu com o alvorosso que se formou com a palavra grupos. Eram gritos, chamados e xingamentos para todos os lados.
- Vamos fazer juntas? - Daniele perguntou, empurrando o óculos para cima do narizinho.
- Claro - respondi, animada por ter uma nerd no grupo. Nota dez garantida, para nossa alegria.
- Diego já tem grupo será? -ela pediu, apontando para o outro lado da sala, onde ele estava rodeado de garotas afoitas. Não as culpo. Nossos olhares se encontraram e vi o pedido de socorro no sorriso forçado.
   Ri e fui em direção a ele
- Com licença meninas -falei alegremente, dando uma empurradinha para passar no bolinho - sinto muito, mas Diego já está no meu grupo, não é?
- Claro - respondeu com um suspiro de alivio, levantando e nos dando uma excelente visão dos músculos definidos pela camisa branca - Com licença garotas.
  Diego passou por elas e me segurou pelo braço, nos levando até a minha mesa. Senti como se uma descarga elétrica tivesse passado pelo meu braço.
   Atrás de mim, tive a impressão de ouvir vários guizos de cobra e rosnados.
- E então minha amada Julieta, como vamos fazer?- brincou Diego, encorando-se na minha cadeira.
   Isso promete ser um excelente espetáculo.


- Quer dizer então que você será a Julieta no seu grupo...-murmurou Ian, entre uma e outra dentada na pizza.
   Para seguir nossa tradição, estavamos no restaurante de Maria, onde servem a melhor pizza da cidade. Morar a duas quadras de distância tem suas vantagens.
- Pois é...cara, não aguento mais nenhum pedaço - suspirei, minha voz desanimada. - Mas eu quero tanto uma fatia de pizza de morango..
- Como essa aqui? - Ian mordeu lentamente o pedaço, soltando murmurios de prazer. - Perfeita.A calda derrete na boca, os morangos estão..
- Cala a boca - brinquei jogando meu guardanapo nele - fique com seus quilos a mais, pretendo emagrecer para o papel.
- Quilos a mais? - inquiriu levantando uma sombrancelha densa
   Olhei pra ele mais nitidamente
   Como nunca reparei o quanto ela havia crescido? Ele devia ser mais alto que o Diego, os braços eram musculosos o peito torneado. Olhei para o lado.
   Meu cérebro não deve estar muito bem hoje.
   Desde quando reparo nestas coisas?
   E desde quando eu fico olhando para Ian desse jeito?
- Quem será o Romeu? -perguntou me olhando com certo interesse - Você está corada?!!
- Hein? - cadê o buraco para se esconder? - Não estou corada, impressão sua. O Diego será o Romeu- falei com um dar de ombros, mas por dentro dando saltos mortais de vivas.
- Já serão o casal principal de cara? O conheceu hoje e ele já entrou no seu grupo?
- Ele não tinha um grupo, lembra, ele é novo na escola, não conhece ninguem além de mim.
- E de mim também- retrucou, a expressão séria
- O que? Você já o conhece?
- Os pais dele são amigos da minha familia. Coincidentemente, aquela semana em que fui pra praia, os pais dele nos convidaram para ficarmos todos juntos. Mal nos falavamos, mas sei muito bem que tipo de cara ele é.
- Isso é bom ou ruim? - perguntei, ansiosa.
   Ian apenas riu, o colocou mais um grande pedaço de pizza na boca.
- Não vai responder? - falei irritada, dando um chute na canela dele.
Ele se engasgou e começou a rir ao mesmo tempo. Não aguentei ao ver um alface no dente branco. Rimos como loucos no restaurante, chamando a atenção de todos.
- Shhhh - balbuciei - agora me fale.
Ian se reclinou na cadeira, me olhando com seriedade. Quando o maxilar fica tenso é péssimo sinal
- Porque tanto interesse? Desde que chegamos aqui você não para de falar em Diego isso, Diego aquilo.
- Hmmm, como vamos trabalhar juntos em um importante projeto, pensei que..bem,..seria melhor se eu conhecesse melhor o meu parceiro - ganhei o Oscar com essa.
- Ainda bem, pensei que a Liz que conheço tinha sido abduzida e seu cérebro foi trocado por merda, igual ao das meninas que se deixam impressionar por um sorriso confiante ou musculos amostra.
    Fiquei de boca aberta, segurando a minha vontade de socá-lo. Afinal, não tinha nada de anormal em querer conhecer um cara sarado, bonito e com um olhar angelical...
    Droga.
- Sou a mesma Liz de sempre - retruquei, com um sorriso amarelo.
- Vamos ao cinema amanha?
Amanhã! Como pude esquecer?
No final da aula de história, Diego e eu saimos lado a lado, conversando sobre a peça. Senti os olhares avaliadores, de escárnio e inveja nos perseguir pelo corredor.
- Então...vai fazer alguma coisa amanhã a noite?
Parei a nossa caminhada, tentando não dizer nada que pudesse estragar o momento. "lembre-se do manual da revista Toda Teen, sobre como conquistar o gato sem dar bandeira", falei mentalmente.
- Por enquanto não tenho nada programado- comuniquei, com um suspiro digno de premiação.
- Que tal se, sei lá, começarmos a estudar o texto, e quem sabe depois sair e comer alguma coisa, quem sabe...-ele massageou a nuca, olhando para o chão. Uma mecha de cabelo caiu sobre seu olho, deixando minhas mãos ansiosas para colocar no lugar. Que diabos está acontecendo comigo? Só conheço o cara há duas horas e aqui estou eu querendo mexer no cabelo brilhoso.
- Acho uma ótima ideia - sorri lentamente, me segurando pra não sair pelo corredor derrubando o material das alunas e gritar "ELE VAI SAIR COMIGOOOO!!!!LALALALLALA.
- Então amanhã marcamos, pode ser?
- Pode - respondi rapidamente.
- Então nos vemos amanhã - ele se inclinou e o beijo parou na minha testa.
- VOCÊ ESTÁ ME OUVINDO ELIZABETH?
   Quase saltei da cadeira e olhei assustada para Ian, que já pedido a conta
- Desculpe, você disse alguma coisa?
   Ian me olhou de uma maneira que nunca havia feito. Com desprezo.
- Veja sempre por onde anda.- ele disse e pagou a pizza.















quarta-feira, 18 de abril de 2012

Capitulo 2




        Ian estacionou com precisão na ultima vaga do estacionamento. Estavamos discutindo os prós e os contras do Resident Evil 4 quando desembarcamos.
- Já disse, a jogabilidade é ruim, não consigo atirar direito com o braço do cara igual a uma gelatina- resmunguei com convicção.
- Isso por que você nunca jogou bem Liz - Ian riu, puxando a minha orelha - O jogo é excelente, e os gráficos então..
- É, mas mudou tanto que nem parece ser da sequencia dos jogos- retruquei, caminhando mais rápido quando avistei nossos amigos.
- Nisto eu concordo...
      Mal ouvi o que Ian havia dito, pois  já fui abraçada, me sentindo um sanduiche. Abracei e beijei cada um de nossos amigos, perguntando no geral como foram as férias.
- Fiquei na praia durante duas semanas. Você não tem noção de quantos gatos tinham lá Liz, eu estava me sentindo um tubarão rodeada de presas. - disse Marina, olhando para todos e depois apenas para Ian- Ian e eu nos encontramos no porto.
   Olhei para Ian, que apenas concordou com um dar de ombros. Lembrei que ele havia passado apenas uma semana fora, e só pela insistencia dos pais. Como eu, ele não não gosta de sol forte e virar sopa no mar. Olhei para Marina com mais atenção e percebi que seus olhos brilhavam e suas bochechas estavam coradas. Era claro como água o que ela sentia por Ian, e eu já me questionava o que ele tem na cabeça em não namora-la. Marina é uma das garotas mais bonitas do colégio. Era o clássico morena alta, de cabelo ondulados, sorriso bonito e roupas da ultima moda. Seus olhos verdes eram grandes e melosos...blé.
- E você Diego? O que fez?
- Passei um mês na casa de inverno dos meus avós, em Londres. Minha familia tinha negócios pendentes lá, então como não conheço muita gente daqui, preferi ir com eles.
- Meu sonho é conhecer Londres...-suspirou com ar sonhador Danieli, a ruivinha mais  inteligente da sala - deve ter sido muito legal.
     Olhei para ver quem era o dono da voz grave desconhecida e quase tive um infarto: cerca de 1,85m, cabelos castanhos brilhosos, olhos azuis de verão e uma estrutura de jogador de rugby estava bem do meu lado e nem percebi.
- Nem tanto- Diego respondeu - nevava muito, as estradas estavam interditadas e eu me sentia um pinguin agasalhado - um coro de risos me tirou do estado de transe. -
- Você tem aula de que, Liz?- Ian perguntou, conferindo seus horários.
- hmmmm, história - respondi- e você?
- Matemática, ótimo começo...- ele riu e me deu um beijo na testa- nos vemos no almoço.
   Sorri e só então notei que todos tinham ido, menos...Diego.
- Você disse que tem aula de história né? - confirmei com a cabeça, já que não confiava na minha voz - eu também e não faço nem ideia de onde seja a sala. Podemos ir juntos?
   E os anjos dizem AMÉM.
- Claro - sorri, lançando o meu famoso olhar de derreter geleiras. Ele sorriu e então andamos lado a lado.
   Nunca pensei que história pudesse ser tão...interessante.



















Mais que amigos



Capitulo 1





   Olhei mais uma vez para o espelho, com a expressão mais critica possivel. Calças jeans novas, camiseta dos memes Fuck Yeah (presente de Ian), jaqueta jeans e meu tenis estilo coturno. Era o primeiro dia de aula do meu ultimo ano do ensino médio, e este ano eu estava decidida a mudar o visual e encontrar a metade do meu limão.
Penteei mais uma vez meus cabelos que não eram nem castanhos nem loiros  e conferi a maquiagem discreta.
- Pronto- suspirei, feliz.
   A buzina do carro me despertou de minha analise. Peguei minha mochila e corri escada abaixo, afobada com o horário. Ian estava escorado na picape velha, sorrindo meio que com deboche, meio que com admiração. Dei meu sorrisinho de derreter geleiras e rodopiei para ele olhar todo o meu "visu". Ele me olhou de cima a baixo e não disse nada.
- Oi Ian, eu estou bem, e vc?- falei sarcasticamente, atirando minha mochila em sua direção. Ele a pegou sem deixar de me olhar.
- Para não quebrar a tradição de nossos dez anos indo para escola juntos, você está atrasada.
- Demorei por que estava me arrumando.
  Essa era a deixa para ele fazer um comentario sobre o quanto sou gata hehehhe, mas ele apenas riu e deu a volta no carro e embarcou. Bufando, entrei também e fiz questão de bater a porta do carro com toda a força.
"homens", pensei, todos iguais.
- Fez alguma coisa no cabelo? - perguntou quando já estavamos na estrada, olhando para mim com segurança de um motorista profissional. Ian tem 18 anos, alto pra caramba, tem olhos verdes e cabelos negros. O tipo de garoto que faz meninas passarem muito tempo antes de dormir fantasiando.
- Não, porque?- hellloou, eu não ia contar que passei mais de meia hora com chapinhas e produtos de cabelo, mesmo sendo meu melhor amigo.
- Teu cabelo está esquisito...quando foi a ultimas vez que lavou?
Fiquei dividida entre o riso e a raiva. Dei um soco no braço dele e começamos a rir como desvairados.
   Nossa amizade é estranha. Nos conhecemos na primeira série 2° série e desde então somos inseparáveis.
   Jogamos videogame, basquete e pedalamos juntos, vamos ao cinema assistir filmes do terror ao romance, conversamos pela net, fazemos piquiniques, noite da pipoca e contamos segredos. Muitas vezes não é preciso que digamos algo em voz alta. Basta olhar um para o outro e saber o que estamos pensando.
   Ian aumentou o volume do rádio, deixando que a musica all yours tomasse conta do silencio, e acelerou.